Bíblia de Estudos e-Sword

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

FELIZ ANO NOVO... OU... FELIZ SER NOVO...?

FELIZ ANO NOVO OU FELIZ SER NOVO...

O NOVO... O BEM... O MAL... A RADICALIDADE DO MAL... A CONTINUIDADE... A TRANSFORMAÇÃO... O NOVO SER...

Aetas parentum, peior avis, tulit / Nos nequiores, mox daturos / Progeniem vitiosiorem. Horácio 

("A época dos nossos pais, pior do que a dos avós, produziu-nos a nós, mais perversos, que em breve suscitaremos uma descendência ainda mais depravada. Odes III, 6)...

Citação de Immanuel Kant em seu livro: “A religião nos limites da simples razão”...

Entre tantos desde há muito procurando explicar o ser...

Explicar o mal que há no ser...

Após ele muitíssimos interpretes tem falado sobre o tema, até mesmo alterado o aviso de Kant sobre a questão...

Mas sejam quais forem os exegetas e hermeneutas do ser na história...

O problema profundo do ser permanece...

Entra dia e sai dia...

Entra ano e sai ano...

Entra século e sai século...

Entra milênio e sai milênio...

Entra vida e sai vida...

O ser humano enfrenta algo que não consegue vencer mesmo sabendo sobre ele, mesmo estudando sobre o assunto...

O mal...

Muitos procuram fugir deste mal, tentando conduzi-lo cativo as amarras da intelectualidade como Kant e uma vez desmistificando-o, dissecando-o, dissertando-o, explicando-o, então vencê-lo pela via acadêmico/filosófica...

Outros usam artefatos da artilharia religiosa procurando exorcizá-lo, coloca-lo sob o domínio dos “escolhidos” para vencer o mal, determinadas castas religiosas que teriam recebido alguma magia, ou poder ou condições místicas que lhes dariam poder sobre tal fenômeno...

Outros ignoram o mal, afirmando não existir e que tudo é manifestação de um bem, só que em forma de mal, mas que na essência tudo é bem. 

Uma explicação que beira a insanidade, mas que muitos acolhem devido a devastação mental a que estamos expostos como humanidade em nossa história.

Outros preferem a via mais light dos sorrisos e desejos manifestados com pensamentos positivos, como afetuosos abraços regados a palavras chaves como “FELIZ ANO NOVO”, como se tais “energias” pudessem somar em algum banco de transferências de fundos de “positividades” para os afetuosos amigos, parentes, próximos... 

Assim caminha a humanidade em busca do bem...

A questão é tão antiga quanto a humanidade e passa pela realmente pela questão humana de responsabilidade pessoal, do ser moral, do ser espiritual, do ser complexo que responde por seus atos desde sempre.

O ser humano criado em condições plenas em estado de possibilidade plena em sua identidade, significado, propósito e destino, vê esta plataforma ruir a partir de uma de suas primeiras escolhas tomarem rumo errado.

Este ato que resulta na irreversibilidade do ato, faz a humanidade se tornar fora da versão, viver a partir de então a perversão e todo a decorrência que tal herança trouxe ao ser humano o destituiu de todo o bem, tornando-o em todo mal.

Um mal radical, um mal de raiz, um mal de profundidade estrutural, de alteração das estruturas do ser que o fez em mal natural, o tornou em suas complexas estruturas profundas do ser um ser mal.

Não foi apenas um anexo mal no ser, o ser se tornou em mal em si mesmo. Ele ou nós, humanidade passamos a ser mal pela dimensão da responsabilidade e da escolha trouxe devido a responsabilidade que como seres possuímos e fomos advertidos de que uma grande complexidade, uma grande potência para existir a nível de dominar todos os elementos criados, toda a dimensão do universo criado, tendo a qualificação e a autoridade para gerir o universo criado, desde a si mesmo nos aprendizados que para tanto requer-se de uma ser que é criado para tal empreendimento, uma escolha fora do padrão, uma atitude fora do padrão, o desvio da rota, a decisão por percorrer vias opostas as que deveriam ser percorridas por padrão da VIDA, incorreriam tais erros além de erros, em consequências dramaticamente desastrosas e fatais para a VIDA, para o bem, resultando em todo o mal em si mesmo e consequentemente em tudo que estava ligado a esta administração na existência, então todo elemento criado que lhe estava sujeito, estaria afetado e sofreria uma solução de continuidade...

Este mal é de amplitude tão intensa que passa a ser o oposto da VIDA então o ser humano e tudo o que lhe está sob a responsabilidade de domínio, passa a experimentar e a experienciar o mal intrínseco, o mal radical, a morte...

Entre as mais diversas consequências e os subprodutos deste mal radical então da morte, há a natural atitude da fuga da responsabilidade...

O que é comum observar em qualquer ser humano as mais criativas formas de gerir vias para justificar e se ausentar das responsabilidades de seus atos diante dos pais, dos amigos, familiares, professores, autoridades, DEUS...

Assim em relação especificamente a DEUS, que pode ser tratado, ao menos se pensa assim, pela mentalidade humana um tanto mais livremente do que com as outras personalidades no campo das responsabilidades, a humanidade entra por vias das criativas formas da manipulação da sede profunda do ser de DEUS, pela substituição de DEUS, SUA ausência é substituída ou procura-se a substituição pelas mais criativas formas que a humanidade faz gerar para este campo...

Por ser constituído de conteúdo natural e sagrado, ter estrutura para viver a eternidade (Eclesiastes 3:11), onde somente O ETERNO lhe e por par natural, mas DESTE está alheio, não suporta ouvir DELE o diagnóstico sobre si mesmo, pois receberá o diagnóstico de “morto”.

Mas uma morte que é mais grave e séria que a ausência de respiração ou movimentos ou de interações com esta existência.

Da mesma forma que a vida é mais que respirar, que comer, beber, dormir, ter coisas, etc...

O diagnóstico de “morto” como compartilhado acima, está na AUSÊNCIA do ETERNO na vida do ser, onde este ser agora tem uma eternidade, mas sem O ETERNO, então sua eternidade está comprometida fatalmente, estará morto eternamente, pois somente O ETERNO É VIDA ETERNA e somente O ETERNO TEM VIDA ETERNA...

O diagnóstico de “morto eternamente” não é agradável ao ser humano, então ele se contenta com o conceito de vida no sentido de estar respirando, andando, trabalhando, estudando, filosofando, teologando, sendo religioso, casando, tendo filhos, fazendo o bem, etc... 

Enfim ele confunde facilmente as responsabilidades naturais e tão somente obrigações naturais como atributos da VIDA ou mesmo da conquista da VIDA ou do BEM e da vitória sobre o MAL...

Mas na realidade tal não se dá...

O BEM, a vitória sobre o MAL, estão nos atos do ETERNO DEUS...

Somente um INTERVENTOR com capacidade e condições para um ATO CIRÚRGICO EFICAZ pode alterar a condição de “morto” do ser...

Para muitos tal condição é inaceitável, pois um dos efeitos de estar “morto” é poder desenvolver em si mesmo as condições para a VIDA, o que não é possível. 

Tal dano é tão devastador, que mesmo sem ser competente para tal condição, vai tentar se necessário a vida toda.

Quanto a questão DEUS, é de tal forma incomoda que é imediatamente substituído pela religião, que é muito mais agradável ao ser humano por ter o este painel de controle sob suas mãos e vai gerindo como suas criatividades espirituais lhe fazem criar e vão desde as mais bizarras formas animistas com seus rituais bizarros até as formas mais razoáveis e intelectualizadas produzindo suas publicações discerníveis pelos diversos intelectos que a esta via se dedicam, outras religiosidades assumem seu papel de apoio as sociedades diversas fazendo o bem e dando suas justificativas nestas vias sendo amplas organizações com perfeitas gerências e tecnologicamente avançadas para cuidar de todos os aspectos do desenvolvimento de seu negocio, criando assim a total aprovação social e intelectual dos povos...

Outros no entanto por não suportar a ideia de DEUS, preferem duvidar de DEUS, mas como a dúvida indica o alvo da dúvida então o SER da dúvida, mesmo na dúvida então optam por afirmar a “não existência” de DEUS. Para estes é muito mais cômoda a posição de afirmadores da “não existência” de DEUS pelo fato de que assim podem anular a dúvida que indicaria em algum grau a mesma PESSOA de DEUS. No entanto, a afirmação da “não existência” realiza a mesma função da indicação da mesma PESSOA de DEUS como UM “não existente”, o que é uma afirmação pela negação, uma fé contrariada, uma crença pela não crença. 

Para algumas mentalidades serve como um tipo de narcótico para acalmar ou uma tentativa de neutralizar o clamor último do ser para com a questão DEUS, a questão de seu mal radical e da busca do BEM... E da busca de um FELIZ ANO NOVO...

Nesta dimensão, somente o CRIADOR opera com tal eficácia no ser humano na radicalidade profunda e necessária para que este tenha e seja de fato um NOVO.

O NOVO deve estar no ser e não no ano, não no tempo, não na coisa, não no bem...

“A vida do homem não consiste na abundância de bens que possui” (Jesus afirma tal dimensão sobre a vida do homem, registrado no EVANGELHO de Lucas 12:15).

O mesmo Jesus afirma:

“Eu sou o Caminho e a Verdade e a Vida” (João 14:6)...

A questão vital para o ser é ser alcançado por esta intervenção de DEUS em seu ser e ter esta intervenção mudando seu ser em um novo ser:

“E, assim, se alguém está em CRISTO, é nova criatura” (2 Coríntios 5:17)...

Tal transformação no ser é comparado na intervenção de DEUS a um nascimento, há um novo nascimento...

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem filhos de Deus, aos que creem no seu nome...” (João 1:12)

O ser humano é alcançado pelo chamado do ETERNO e a PALAVRA do ETERNO que aponta para a exclusividade de JESUS CRISTO e faz gerar os elementos no ser necessários para que esta INTERVENÇÃO DO ETERNO que resulta em uma nova vida, uma nova geração por DEUS e em DEUS, onde a PALAVRA de DEUS é a plataforma que pode fazer gerar o elemento centralizador em CRISTO, na PESSOA DE CRISTO para a vida, que ELE É, onde a PALAVRA leva o ser a centralizar-se no FALAR DE DEUS, em DEUS mesmo e esta centralização está definida na PALAVRA “πίστις” (Pistis = Fé). 

No momento que a PALAVRA de DEUS gera este elemento no ser, a fé, a centralidade somente NELE, o ATO do ETERNO pela PESSOA de SEU ESPÍRITO, por um ato chamado por DEUS de “χάρις” (Cháris = Graça, benefício, favor) gera o novo ser que somente DEUS pode fazer gerar e então este ser gerado pelo próprio DEUS se torna neste momento “filho de DEUS”.

Não é possível ao ser humano gerar um filho de DEUS, somente é possível ao ser humano gerar um filho deles mesmos, um filho humano:

“Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de DEUS” (João 1:13)...

Há um exemplo histórico no encontro entre Nicodemos e Jesus:

“Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus (Um tipo de um reitor de uma universidade federal). Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de DEUS.” (João 3:1-3)...

Tanto o diagnóstico de DEUS para o ser humano, quanto a sua morte, e a ministração do “remédio” de DEUS para a VIDA (CRISTO) estão em âmbitos não alcançáveis, não tangíveis pelo ser humano, pelo conhecimento religioso, social, político, científico, teológico, filosófico, etc...

Assim surge a pergunta natural da parte de Nicodemos:

“Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?” (João 3:4)...

É natural a mentalidade natural, normal do ser humano imaginar soluções naturais e para Nicodemos como para muitos a imaginação a funcionar gera uma ideia como esta acima, como se Jesus estivesse afirmando um tipo de nascimento natural novamente em nossa vida...

Mas...

Jesus novamente afirma:

“Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de DEUS. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito” (João 3:5-6)...

O ato de DEUS está nas dimensões que o mal humano, o mal radical, a morte eterna do ser humano necessitam ser tratadas, o ser humano necessita ser tratado mudando-o em uma nova pessoa:

“E, assim, se alguém está em CRISTO, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Coríntios 5:17)...

O que o ser humano necessita é de ser uma nova pessoa e não de um ano novo...
Mas tal dimensão continua sendo ofensiva ao ser humano pois vê suas estruturas diagnosticadas, seus arranjos e artifícios desmontados, suas construções desconstruídas, suas desculpas inaceitáveis... 

E o que o ETERNO está afirmando é a existência do REMÉDIO para o ser humano e que este REMÉDIO existe e não está no ser humano, mas tamanho mal que o ser humano se tornou, somente o SUPREMO BEM, somente o ETERNO DEUS pode gerar tal condição para que o ser humano seja o ser que somente DEUS em CRISTO pode fazer o ser humano ser, uma nova pessoa a partir do PRIMOGÊNITO, do PRIMEIRO que para isso veio para ser e mostrar e ser o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA: JESUS CRISTO ...

Deixar tudo para se tornar humilde diante de DEUS, se tornar em paciente em submissão para a intervenção de DEUS em sua vida, para muitos é ofensivo, por atingir a si mesmo na profundidade onde quem reina está lá, isto é, o ser mesmo em seu trono egocêntrico e sobre o mal de si mesmo conduzindo-se a todo tipo de engano e sendo enganado por estas circunstâncias e gerações de criatividades que lhe empurram para mais a frente no ledo engano de que por algumas forças desconhecidas possam gerar uma nova forma de viver, um novo ano...

Não precisa ser assim...

Mas talvez seja tarde para muitos... Mas... Talvez não seja tarde para alguns...

heber, pastor e professor...


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